Foto: Bruno Cantini / Clube Atlético Mineiro
SOBRE A VITÓRIA, ROGER, ROBINHO E CARIOCA
Por Eduardo Madeira
16/07/2017
Ufa! E, com muita dificuldade, o Galo venceu o lanterna Dragão – o Atlético Goianiense em Goiânia, de virada, por 2 a 1.
Além do que vi do jogo, detalharei o que penso sobre Roger, Robinho e Rafael Carioca – neste momento.
O primeiro tempo foi completamente sofrível. O time Alvinegro não se parecia em nada com as tradições do verdadeiro Galo Forte e Vingador. Foi sufocado pelo lanterna do campeonato e não deu um chute decente a gol.
Adílson finalmente fora escalado para a volância, mas aparecia seguidas vezes na ponta esquerda – erradamente, pois se há um “volante” para infiltrar nas pontas deveria ser Elias, especialista em ser elemento surpresa. Adilson deveria estar na “cabeça da área”, protegendo a zaga. Com este posicionamento errado de Adilson, o técnico Roger Machado dava corda e motivo para seus críticos, repetindo o que fizera também erradamente com o jovem Yago – quando o garoto jogava aberto na direita e deixava Elias centralizado – BURRICE mesmo!
O Dragão abrira o placar aos 23 minutos em falha da zaga Atleticana, com o meia Igor finalizando livre na área depois de cobrança de falta e vencendo o goleiro Victor.
A verdade é que o primeiro tempo ficou barato para o Galo: Victor fez pelo menos 2 defesaças! E o placar de 0 a 1 ficou de ótimo tamanho para um apático Alvinegro.
No intervalo, entraram Matheus Mancini no lugar do amarelado Bremer e Robinho no lugar de Marlone.
Roger Machado corrigiu sua burrada e voltou a deixar Adílson na cabeça da área e quem passou a se infiltrar na esquerda foi Elias, tabelando com Robinho.
Tudo poderia ter azedado se Victor não fizesse um MILAGRE logo no comecinho do 2º tempo. Evitou gol certo dos goianos. COMO É BOM TER GOLEIRO!
E o Atlético (o verdadeiro, o maior de todos, o Galo) voltou com um mínimo de vergonha na cara. Somando-se a isso o fato de Robinho entrar mais inspirado – após “longo e tenebroso inverno”. E com um Cazares mais ligado no jogo.
Aos 11 minutos, o empate. Falta cobrada por “Juanudes” Cazares na área, na cabeça de Fred. E o Fred, na área, é chefe, né, pai?! Dragão 1 a 1 Galo.
Com o gol, o Verdadeiro Time do Povo passou a ter mais confiança e o Dragão se perdeu, ficando inseguro, especialmente, na defesa.
O Galo continuou mandando no jogo e passou a colecionar chances e gols anulados. Foi quando aos 27 minutos, em rápido contra-ataque, Alex Silva cruzou para Elias cumprimentar de cabeça: 2 a 1 de virada.
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A fragilidade do lanterna Atlético Goianiense aparecia e o Galo controlou o jogo. No fim, uma vitória importantíssima para o fator psicológico e 3 pontos que melhoram a classificação do Alvinegro. Perder para o lanterna deixaria a situação de Roger praticamente insustentável e o triunfo dá um pouco de respiro ao treinador.
ROGER, CARIOCA E ROBINHO: OS ALVOS PREFERIDOS
Com as redes sociais em voga, sempre aparece um “culpado” preferido da maioria dos torcedores e de parte da Imprensa quando o time perde.
Vou detalhar o que penso sobre os três principais alvos do momento: o técnico Roger Machado, o volante Rafael Carioca e o atacante Robinho.
ROGER MACHADO
Pra mim, Roger Machado é o treinador mais promissor do Brasil. Treinar o time mais vencedor do Brasil nos últimos 5 anos é uma prova de fogo para o jovem comandante.
A Roger foram e são atribuídas algumas derrotas que não concordo. Mas é fato que ele tem contribuído nos últimos jogos para ser duramente criticado. Quando não escala Adílson – que “consertou” o time nas finais do Mineiro e em alguns demais jogos para colocar o jovem (e promissor) Yago, ele “pede” para ser cobrado. Quando escala Yago ou Adilson nas pontas e deixa Elias centralizado – ao invés do contrário – Roger “pede” a crítica.
Quando não poupa alguns jogadores em determinados jogos, Roger erra, na minha avaliação. Isso contribui para a caída de desempenho de Elias, Fábio Santos e Robinho, por exemplo, que não são mais garotos.
De mérito, a recuperação e maior constância em melhores atuações do meia Cazares. A aposta no promissor Bremer. A inteligência tática no título mineiro contra o Cruzeiro. E a capacidade de repertório tático do treinador.
Uma coisa que ainda me instiga é saber como Roger reage nos revezes. Não sei se ainda, sinceramente, se ele tem a personalidade para bancar suas idéias. Quando demitido do Grêmio, me passou a impressão que perdeu a confiança no seu próprio trabalho. No Galo, tive a impressão de abatimento do treinador após algumas derrotas.
O Grêmio ganhou com a personalidade forte e fanfarronice de Renato Gaúcho. No futebol, o imprevisível, a bravata o carisma e contam muito e não sei se Roger é “mecânico” demais ou se tem tal carisma. Desconfio que não.
Roger também precisa se provar jogando em casa. O Galo com ele é desequilibrado no Indepa. Precisa aprender a ser um time mais consistente. Se não um “Galo Doido” que nos fez ganhar a América e o Brasil, um time mais organizado sem ficar apenas tocando de lado, burocraticamente. O time não chuta a gol, como aconteceu várias vezes no ano.
Atrapalhou Roger não ter um bom Diretor de Futebol. Quando chegou, Maluf já estava mais ausente que presente e herdou um elenco desequilibrado, sem um atacante velocista e novo, um zagueiro top e bons reservas para as laterais. E o Presidente Daniel Nepomuceno não trouxe um substituto para Maluf, ausente do dia-a-dia durante 1 ano. Uma hora a conta chega. Chegou e a instabilidade de um elenco mau formado fica mais didática a cada dia.
Eu não demitiria o Roger Machado. Eu tentaria um Diretor de Futebol mais “cascudo” – o que não acontecerá, pois Nepomuceno efetivou André Figueiredo a Superintendente de Futebol. Se Figueiredo já contava com a desconfiança de parte da Massa, imagine a que “fogueira” foi colocado agora. Eu jamais faria isso. Inclusive porque pode acelerar o processor de “fritura” de André se o time não engrenar. E se ele for mesmo promissor (eu não sei), aí se perde um cara de futuro. Aposta arriscadíssima do presidente Daniel Nepomuceno.
RAFAEL CARIOCA
Carioca é o tipo de cara que mais me irrita no futebol e na vida. É talentoso como poucos com a bola no pé. Mas deixa a desejar na marcação, posicionamento defensivo, objetividade e às vezes até na garra.
No entanto, virou “álibi” automático quando Galo perde. Toda vez que o Atlético perde, a cobrança em cima dele às vezes passa da conta.
O problema é que Rafael Carioca não se adaptou nada à tradição do clube de joga. No Galo, Valdir Toddynho, Pierre, Leandro Donizete, Doriva e volantes raçudos sempre foram marca registrada. Se você passa a ocupar um novo cargo aonde precisa passar a ser mais numérico e analítico que antes, você TEM que se adaptar. Não a mudar totalmente a sua essência, mas “militar minimamente” naquela característica para sobreviver. Carioca não parece querer minimamente se adaptar à exigência da tradição Atleticana e isso incomoda bastante.
Se Carioca se esforçar para marcar melhor, se posicionar melhor defensivamente, objetivar um pouco mais seu jogo e “dar um sanguinho” mais, a Massa viria com ele. Mas ele permanece marrento em seu jeito de jogar. Fora a babaquice dele em criticar duramente o Marcelo Oliveira menos de 24 horas após sua demissão, culpando sua má fase exclusivamente ao treinador anterior e ao desajuste do time, parecendo coisa de traíra e menino “mimado”.
Mas esses caras são cercados de “baba ovos”, dificilmente tem um empresário ou amigo que lhe “dê a real”. Afinal, são milionários.
Carioca tende a crescer com Adílson no time. Ele precisa de um volante marcador a seu lado. Mas ainda com isso, ele precisa evoluir nos quesitos marcação, objetividade e pegada. Suspeito que não se esforce pra isso. Uma pena, pois poderia ir mais longe na carreira. Se continuar assim, soberbo, não irá crescer muito mais seu futebol. Um desperdício de talento. Uma pena. Cabe a Roger Machado extrair dele mais ainda. Será que consegue? Veremos!
ROBINHO
Robinho hoje foi bem, após “longo e tenebroso inverno”. Suspeito que sua má fase tenha grande influência no desgaste causado pelo excesso de jogos.
Cansado ou não, se esperava muito mais do Robinho em 2017. Ele foi muito bem em 2016, mesmo vindo da China e sem pré-temporada.
A verdade é que o Pedalada foi bem em pouquíssimos jogos em 2017. Finalmente foi decisivo em um clássico – a finalíssima do Mineiro – onde fez a jogada e marcou um dos gols do título. Mas é muito pouco perto da qualidade que ele tem.
O desgaste de Robinho ficou mais evidente nos últimos jogos quando claramente não tinha “pernas” para colocar a bola na frente e vencer o marcador.
Roger Machado tinha a “desculpa” para tirar Robinho do time: poupá-lo. Até mesmo porque a verdade é que ele vinha atrapalhando o ataque do Galo.
Hoje ele foi bem e um dos responsáveis pela vitória do time em Goiânia. Começa a ficar mais didático que Robinho não aguenta 3 jogos por semana. Escutou, Roger?
Que o Pedalada seja poupado de alguns jogos para render mais nos mais importantes.
Ele foi um dos artilheiros do time ano passado e precisamos dele nas decisões que se seguem na Copa do Brasil, Libertadores e no Brasileiro.
Mas que entregue mais do que vem entregando. Porque um jogador de sua categoria não pode passar a ser o “atrasa ataque”.
Bola ele tem. Mas que seja decisivo na hora H!
É poupar mais o Pedalada, para ele ser decisivo.
Ouviu, Roger? Saiba usar o Pedalada!
Um abraço a todos!
Eduardo Madeira