Foto: Bruno Cantini / Clube Atlético Mineiro / Divulgação
ELIMINAÇÃO FOI A COLHEITA: É HORA DE COBRAR O PRESIDENTE E OS MEDALHÕES!
Por Eduardo Madeira
27/07/2017
O Galo foi eliminado melancolicamente da Copa do Brasil, derrotado pelo elástico placar de 3 a 0 para o Botafogo no Engenhão!
E esta eliminação nada mais é que o claro resultado da famosa “lei da causa e efeito”. Ou lei do “plantar e colher”.
Coloco aqui minhas opiniões das causas, por ordem de prioridade e importância:
1 – Presidente não contrata Diretor de Futebol na ausência de Eduardo Maluf há 1,5 ano
Com a ausência do mítico Diretor de Futebol Eduardo Maluf, o Presidente Daniel Nepomuceno não trouxe um Diretor de Futebol. Não trazer por um curto período de tempo seria entendível. Mas o Atlético está há praticamente 1 ano e meio sem um Diretor de Futebol.
O ano de 2016 mostrou que o colegiado formado para distribuir as funções de Maluf não deu certo. No “ombro-a-ombro”, Nepomuceno afirmou que acumularia tal função com a Presidência do clube. Claro que não daria certo: algum jogador insatisfeito com a forma de jogar do time ou com uma eventual reserva reclamaria com o PRESIDENTE do clube? Claro que não! Mesmo porque o Presidente não é um entendedor profundo de futebol, isso não é “da praia” dele.
Um Diretor de Futebol tem, entre outras, a atribuição de diagnosticar insatisfações no elenco, levar ao treinador e solucionar. Administrar egos. Sugerir mudanças ao técnico. Discutir maneiras de jogar. Discordar dele. Avaliar, sugerir e vetar chegada de reforços pelo aspecto financeiro, emocional, técnico e tático. Nepomuceno tem esse perfil? Claro que não.
A maior prova que não deu certo foi a resposta do Rafael Carioca ao Léo Gomide apenas UM DIA após a demissão de Marcelo Oliveira. Quando questionado por Gomide se entendia que seu desempenho havia caído por estar jogando fora do seu posicionamento ideal, Carioca respondeu ironicamente: “finalmente alguém percebeu, né?”. Resposta em tom de insatisfação. Problema de ego e problema tático. Problema de falta de Diretor de Futebol.
2 – Elenco desequilibrado e falta de reforços em posições pontuais
Terminado o ano, Daniel insistiu em não contratar um Diretor de Futebol. Se no ano passado fez mais falta a atribuição deste “ombro-a-ombro” com os jogadores, em 2017 faltou uma outra vertente: o planejamento do elenco.
O Galo trouxe bons jogadores, como Elias, Adílson, Valdívia e Rafael Moura. Mas falhou em não trazer um zagueiro TOP. Trouxe apenas Felipe Santana, parado há meses e meses sem jogar no futebol alemão. Mesmo com Leonardo Silva já para fazer 38 anos. E Erazo com problema grave no joelho – semelhante ao de Luan.
Desde a saída de Jemerson, há quase 2 anos, não trouxe um zagueiro TOP. Que serviria para ajudar no desenvolvimento do promissor Gabriel. E também no promissor Bremer. Jemerson só virou um jogadoraço porque tinha ao seu lado ninguém menos que Leonardo Silva – um dos maiores zagueiros da história do Atlético. O maior exemplo desse erro crasso de planejamento foi ontem. O Galo jogou uma decisão contra o Botafogo no Rio com uma dupla de garotos promissores: Gabriel só tem 22 anos e Bremer só 20 anos. Não pode. Um garoto promissor com um zagueiro TOP seria a combinação necessária. Não estou cobrando os garotos da zaga pele eliminação de hoje, mas pelo contrário, estou isentando-os. Neste caso, o erro (E GRAVE) é da Diretoria.
Falta um meia armador. Cazares, Valdívia, Marlone, Otero e Luan são meias atacantes. Mas o Atlético não tem um meia armador. Aquele que pensa o jogo. Aquele que para, prende, desacelera o jogo. Ou aquele que faz o time jogar. O Galo não tem esse meia. Será que Maluf aceitaria o pedido de Roger pelo Marlone? Duvido. Falta também um Diretor de Futebol para mapear jogadores promissores em clube menores ou do exterior, como foram Luan, Douglas Santos, Fábio Santos. Sem essa figura, Daniel dialoga com quem, com os empresários ávidos por comissão?
O ataque do Galo hoje só tem jogadores com mais de 33 anos. Tanto Robinho, quanto Fred quanto He-Man não tem mais a mesma explosão de antes. Falta um atacante velocista, novo. Que mude a característica do jogo e do time. Aliás, o elenco tem uma média altíssima de 30 anos. E formada por muitos jogadores sem ambição e necessidade de “chegar ao topo”.
Falta um Diretor de Futebol. Falta um presidente que enxergue isso minimamente. Ao invés disso, Nepomuceno efetivou um cara sem a mínima experiência na função: o contestado Diretor de Base André Figueiredo agora é Superintendente de Futebol.
Falta também a Daniel convicção. Todos os técnicos demitidos exaltavam Alexandre Kalil. Nenhum exalta Nepomuceno. Que, pra mim, demitiu Roger Machado antes da hora.
Mas ele vai dialogar futebol com quem? Com qual Diretor de Futebol? Daniel cai na pressão da torcida nas redes sociais e não banca suas convicções!
O resultado foi demitir Roger na hora errada e trazer o inexperiente Rogério Micale.
3 – Falta de resposta dos medalhões
Há também de se intensificar a cobrança aos medalhões do elenco.
Robinho está uma caricatura de jogador. Uma vergonha o desempenho atual do Pedalada. Responsabilidade enorme do próprio atleta. E também de Roger Machado, que não maximizou o melhor futebol do atacante, que brilhou ano passado.
Sou fã do futebol do Fred, mas ele merece cobrança também. Tem tido expulsões infantis, como a do jogo de ida na Copa do Brasil contra o próprio Botafogo. E não pode cometer pênaltis infantis, como fez contra o Bahia. Caiu nos últimos jogos, o Chefe da Área.
Elias anda muito sumido. Jogando nada há muito tempo. Merece ser bastante cobrado.
Rafael Moura tem sido nulo nos últimos jogos.
Valdívia não mostrou a que veio. Otero está previsível.
Cazares cresceu com Roger, mas anda sobrecarregado pela má fase do time.
Há de se cobrar o Presidente Daniel sim. Mas estes medalhões estão devendo demais.
Acabou a desculpa do excesso de jogos
Cai por terra a desculpa do excesso de jogos daqui para frente.
Com um presidente que parece perdido, que não traz um bom Diretor de Futebol nem reforços pontuais e medalhões rendendo nada, tá difícil
Chega logo, 45 pontos!
Boa sorte para nós, Massa!
Iremos precisar!
Um abraço,
Eduardo Madeira