Foto: Bruno Cantini / Clube Atlético Mineiro / Divulgação
REPERTÓRIO TÁTICO GARANTIU O BOM EMPATE!
Por Eduardo Madeira
30/04/2017
O empate em 0 a 0 entre Galo e Cruzeiro no 1º jogo da Final do Campeonato Mineiro ficou de bom tamanho para o lado alvinegro.
A verdade é que o imprevisível Atlético mostrou repertório tático e, jogando com o “regulamento debaixo do braço”, conseguiu um ótimo empate.
Especialmente diante do contexto, pois o Galo tem o poder da auto sabotagem.
A começar na 4ª feira, após a excelente vitória no difícil duelo contra o Libertad pela Libertadores, quando o presidente Atleticano Daniel Nepomuceno respondeu que o jogo da Finalíssima do Mineiro será no Independência “e com torcida única”.
Para quê esse “com torcida única”, presidente? A briga do Cruzeiro era (é) com a FMF e a Polícia Militar. Para que atrair mais essa briga para o Galo? Por sorte, não repercutiu tanto e provavelmente o Indepa receberá os 10% de cruzeirenses na decisão. Mesmo porque esta decisão não está em poder do Atlético. Totalmente desnecessário!
Continuando na entrevista coletiva do atacante na última 6ª feira do atacante Fred, que, quando perguntado se o jejum em não ganhar por 2 anos dos rivais celestes o incomodava, respondeu que “há 2 anos eles não chegam no Final do Mineiro”. Mais uma provocação totalmente desnecessária. Que parece também felizmente não ter repercutido.
E principalmente depois de ontem, onde algumas torcidas organizadas se reuniram em frente à Cidade do Galo para cobrar o time a vencer o Mineiro (e 2 anos sem vencer a Raposa), quando o carro de alguns jogadores, como Marcos Rocha, foram amassados! Manifestação totalmente fora de hora, com o time apresentando significativa melhoria tanto tática quanto em intensidade. Foi o fim da picada que alguns jogadores foram intimidados e tiveram seus carros amassados na porta! Completamente lamentável e fora de hora! As torcidas organizadas que não tiverem estes integrantes expulsos são coniventes e deveriam pagar o conserto do carro dos atletas!
Além dessa capacidade de auto sabotagem citada acima, restava saber se o time seria inteligente para jogar no erro do Cruzeiro, dando-lhe campo e tirando a melhor arma dos celestes: o contra-ataque!
E assim que a escalação foi anunciada, com Marlone como titular, a estratégia ficou acertadamente clara.
Mas pairava a dúvida: este Atlético que propõe o jogo saberia jogar fechado e buscando alguns (raros) contra-ataques, coisa que não fez no ano todo até aqui?
Sim, e soube! O técnico Roger Machado mostrou mais uma vez repertório tático. E executou bem a proposta de segurar a Raposa. Na primeira etapa, o Galo conseguiu se proteger bem e o Cruzeiro não ameaçou. Falhou em não contra-atacar com perigo. Mas teve a melhor chance do jogo, com Fred não conseguindo o domínio em frente ao ótimo goleiro Rafael depois de lançamento de Fábio Santos.
Veio o 2º tempo e o Galo seguia fechado, mas melhorou nos contra-ataques. Marlone já não conseguia ajudar Marcos Rocha (um monstro em campo) e entrou o pequeno grande Otero, tanto ajudando na marcação quanto melhorando as investidas pela direita.
Entrou Cazares no lugar de um novamente apagado Robinho, que até então não se justificou nos duelos contra os celestes. O Atlético passou a ser mais perigoso no contra-ataque e ainda conseguia se defender bem. Gabriel foi um gigante na área defensiva.
O “Cata-guimba” Maicosuel, importante na jogada pessoal em velocidade e ajuda aos laterais, hoje foi muito mais tático. Entrou Adílson para trancar a cabeça de área defensiva e foi bem. Victor só fez uma defesa no jogo. O Galo ainda teve 3 boas chances na 2ª etapa, sendo mais perigoso que o Cruzeiro.
No fim o empate! O ótimo empate, diante do contexto. O Galo foi obediente taticamente. Roger mostrou repertório tático e o time também! Além do poder de auto sabotagem, que neste jogo não fez vantagens aos rivais.
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Agora o Galo joga pelo empate para ser Campeão Mineiro 2017! E dentro do caldeirão do Horto. E tendo o Cruzeiro a fazer o que menos gosta: tomar iniciativa do jogo.
Roger vai aos poucos se adaptando à história atleticana e melhorando o time. E crescendo na hora de decisão, a que separa os campeões dos times comuns.
No entanto, não acabou. O Cruzeiro aprendeu a jogar no Indepa. A decisão segue em aberto, mas com o Galo jogando pelo empate e com a Massa no Horto, fazendo aquela pressão que o Brasil e a América do Sul inteira conhecem.
Que a semana (que tem um jogo importante contra o Sport Boys na Bolívia) seja sem provocações ao rival e discreta, mineira, diferente do que foi esta!
Tá na hora, Galo! Porque a Massa merece uma vitória que valha um título! Porque Mano Menezes reclama de tudo e bravata demais! Porque é hora de ganhar um título em cima dos celestes no Indepa!
Um abraço a todos!
Abraço,
Eduardo Madeira