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GALO ROBIN HOOD DE NOVO. CADÊ O DIRETOR DE FUTEBOL?

Foto: Bruno Cantini / Clube Atlético Mineiro / Divulgação

GALO ROBIN HOOD DE NOVO. CADÊ O DIRETOR DE FUTEBOL?

20/07/2017 – 11h

Por Eduardo Madeira

O Galo de novo perdeu no Independência para um time pequeno: 0 a 2 para o Bahia! Parece a história do Robin Hood, que roubava dos ricos e entregava aos pobres.

No Brasileiro, em casa, empatou com a Ponte Preta, perdeu pro Furacão, empatou com o Sport e perdeu para Santos e Bahia. Ou seja, entregou aos pequenos e só venceu o fraco Avaí num magro 1 a 0 com Victor sendo o melhor em campo e o clássico contra o Cruzeiro, freguês.

Fora de casa, empatou bem contra Flamengo e Palmeiras, deixou escapar 2 pontos contra o Botafogo pela soberba, venceu bem São Paulo e Chapecoense e fez seu dever de casa contra o Dragão. Só perdeu para um horroroso Vitória fora de casa.

Antes de detalhar o jogo de ontem, conto minha visão do que vem acontecendo.

O problema tem enorme ligação à falta de um bom Diretor de Futebol há mais de 1 ano. Desde que Eduardo Maluf começou a se ausentar justamente para se tratar de câncer, o Galo não definiu um substituto. E isso foi uma falha gravíssima que vem gerando estas consequências como a de ontem.

A vaidade no meio do futebol é grande demais. Se Eduardo Maluf precisava se ausentar para se tratar, o clube não poderia parar em alguns assuntos – e parou. Qual o demérito para Maluf em ser substituído enquanto se tratava? Nenhum! Um Diretor de Futebol que foi decisivo nas histórias recentes vencedoras de Atlético e Cruzeiro merecia todas as homenagens. Talvez até que se o mantivesse na Folha de Pagamento. Mas não se podia apenas fazer o colegiado que se fez, com membros da Diretoria se desdobrando mais ainda para distribuir as tarefas de Maluf. Não deu certo e isso ficou claro desde o ano passado.

Com a falta de um Diretor de Futebol que entende do riscado, o Atlético errou feio no Planejamento.

Não trouxe um zagueiro top, mas um atleta que estava há meses e meses sem jogar e vindo do futebol alemão – Felipe Santana, que é fraco! Isso porque Leonardo Silva e Erazo se alternariam no Departamento Médico. Erazo tem o mesmo problema crônico de Luan no joelho e não terá sequência de jogos. Pior que se insiste no erro até hoje. A Diretoria está tão lenta e parece faltar tanto know-how nisso que já está brotando um garoto promissor para a zaga: Bremer. Um zagueiro top ajudaria Gabriel a se consolidar como grande jogador e ajudar Bremer a crescer mais ainda. Falha grave de planejamento. Falta de bom Diretor de Futebol.

Ontem, durante a nossa jornada esportiva na 98FM, mostrei ao Christiano Junqueira (CJ), comentarista do jogo, o “buraco” que é o meio de campo do Galo. CJ, craque do 98 Esportes, Resenha 98 antes das rodadas aos Domingos e repórter nos jogos, tinha ontem uma visão privilegiada da cabine e se impressionava com o tamanho do “vazio” na meiuca Alvinegra.

E isso também é falta de planejamento de elenco. Ou seja, falta de Diretor de Futebol. Cazares é um meia-atacante, um meia que joga próximo ao ataque. Nos falta um meia-armador, aquele cara que vem buscar a bola do volante, roda o time, faz o time jogar, desacelera o jogo ou acelera o time. O Galo não tem essa figura no elenco. Marlone, Valdívia e Cazares jogam pelas pontas, são meia-atacantes. Meia armador, temos nenhum. Como o João Paulo do Botafogo – não digo para contratar ele, mas dando exemplo ao que ele faz.

Se na armação não tem gente para pensar o jogo, na marcação pior ainda. Elias não é volante há muito tempo. Está péssimo e parece desgastado. Fica espetado na direita e marca pouco. Precisa de descanso. Carioca sabe jogar bola, mas marca ninguém. É lento demais. Roger Bernardo e Adílson deveriam jogar juntos nesse time. A liberdade que teve o Bahia ontem foi irritante. O meio de campo do Galo não marca ninguém. Aí não é falta de planejamento, mas sim falha grave do treinador Roger Machado.

Nosso ataque tem qualidade individual, mas não tem velocidade. Robinho, Fred e Rafael Moura tem qualidade, mas são lentos. O Atlético não tem um atacante veloz rabiscante: de novo, falha no planejamento. Não tem um cara de característica diferente para mudar um jogo. Falta um bom Diretor de Futebol. Ontem, contra o Bahia, Cazares jogou todo o primeiro tempo ao lado de Fred por esta carência do elenco. E ninguém vinha armando do meio campo, aquele “enorme vazio”.

Roger Machado tem muita culpa no cartório, como todos – jogadores, comissão técnica e Diretoria. O momento é de um mercado que não oferece boas opções de treinador. O que eu faria? Primeiro, buscaria um Diretor de Futebol. E não demitiria Roger antes do resultado do duelo contra o Botafogo pela Copa do Brasil. Se não se consegue alguém craque como o falecido e competente Maluf, buscaria alguém do mercado. Ou você acha que jogadores rodados vão respeitar o “novato” André Figueiredo, neófito Superintendente de Futebol? Duvido.

O Galo sempre foi um time caseiro e está agora com medo de jogar em casa. Indepa ou Mineirão ajudam, mas não ganham jogo. O que ganha é time bom. E o Galo não está um time bom!

Para treinador, só tem gente questionável disponível, sejam os medalhões ou apostas. A troca de treinador, que parece inevitável, vai ter risco sim.

Assim como é arriscado dividir a Presidência do Galo com Secretaria na Prefeitura, Daniel.

DERROTA DE ONTEM

Rapidamente, sobre derrota de ontem contra o Bahia. Sou fã do futebol do Fred, mas ele vem vacilando. Nos últimos jogos, ele tem alternado gols – sabe tudo dentro da área – com expulsões. E ontem, cometeu pênalti infantil aos 11 minutos. Merece ser cobrado! Mas… pelo André Figueiredo, neófito como Superintendente de Futebol? Pára!!!

É raro ver o Chefe da Área perdendo 3 chances claras de gol. Ontem não era a noite dele e daqui a pouco ele volta a marcar. Mas este pênalti infantil merece um “esporro” interno e sem repercussão pública!

O Alvinegro pressionou, pressionou e consagrou o goleiro Jean e o zagueiro Tiago. Foram nada menos que 53 cruzamentos para a área. Falta infiltração. O time no meio de campo não marca ninguém e também não arma. Roger está perto da demissão e a paciência acabou.

Fora de casa, o Galo de Roger é eficiente. Mas não se pode acabar com a tradição caseira do Clube Atlético Mineiro. Ainda mais que as decisões de Libertadores serão todas aqui. Caso passe às próximas fases do torneio continental!

Ê, Galo!

Acorda, Daniel. Mudar treinador sem trazer Diretor de Futebol pra planejar melhor e reforços pontuais não deve melhor muita coisa.

Um abraço a todos!

Eduardo Madeira